
Existem conceitos importantes para a sobrevivência de uma sociedade. Um deles é o que diz respeito às coisas publicas. Parece que com o tempo e o eterno corre corre das pessoas, esse deixou de representar o que é de todo mundo e passou a ser considerado de ninguém. E isso me parece reflexo do comportamento atual dos seres humanos. Afinal, quem ainda se comporta como se merecesse respeito e consideração?
Vivemos um momento onde idosos são considerados estorvos, crianças e adolescentes são tratados como bens, filas que não terminam são consideradas normais, lixo na rua nem é percebido, preços abusivos se tornaram sinônimos de status, celulares e telas planas simbolizam prestígio.
Que esperar de diferente quando estamos representando externamente nossas carências e desajustes, sem ter qualquer consciência disso? Estamos tentando encher um buraco que não tem fundo e em nossa tentativa cega, nosso planeta padece, nossas crianças adoecem, nossas adultos são violentados ou violentam e nossos idosos simplesmente desistem.
Ouvir dizer que pessoas machucadas, são as primeiras a machucar. E faz sentido! Se conhecemos apenas o desamor, como poderíamos ser amorosos? Se não acreditamos em justiça, qual seria o sentido de construir uma identidade íntegra e honesta? A “esperteza” tem sido incentivada direta ou subliminarmente. E muitas vezes, sobreviver significa pegar atalhos, desviar rotas e enganar o sistema. O que pode ser explicável, mas não justificável. Afinal, na hora do acerto de contas, somos nós que temos de enfrentar o reflexo no espelho.
Posso conviver tristemente com um governo corrupto, mas não com o fato de me tornar alguém que fica com o excesso de troco, que ignora seus filhos, que maltrata subalternos, que abre mão de sua própria humanidade. Esse é um preço que não quero pagar.
E creio não estar sozinha. Muitas são as pessoas chegando ao limite da paciência. Urge tomar um novo caminho. Resgatar valores. Perceber que ser correto, respeitoso, honesto, compassivo e presente, não nos faz idiotas. Apenas, nos dá aquilo que precisamos para viver. Chega de sobreviver! Merecemos mais e podemos fazer a diferença. Cada um cuidando de seu próprio universo. Gotinhas que fazem o oceano.
A infelicidade alheia é problema de todo mundo. A agressividade, a fome, a falta de comprometimento moral de um, cria problemas para todos. Será que é tão difícil perceber isso?
Se não fosse verdade, não teríamos medo do outro. Quando alguém assalta, rouba, machuca, violenta, afeta a todos ao seu redor. Não é algo que diga respeito apenas ao próprio. Toda a sociedade se torna vítima.
Quando aceitamos o medo e gradeamos nossas casas, quem realmente está pagando o preço?
Somos interdependentes. Tudo o que fazemos cria conseqüências que se propagam infinitamente.
Não há mais tempo para sermos irresponsáveis ou passivos.
Está mais do que na hora de nos questionarmos solitariamente. O que somos e qual diferença podemos fazer? Precisamos olhar para dentro e descobrir o que individualmente temos para acrescentar a energia criativa da vida. Plantar boas sementes, cuidar e esperar para colher bons frutos.
Utopia é ficar esperando que tudo se corrija por si só. Faça o que pode para melhorar sua qualidade de vida. Lembre-se de se tratar bem e partilhe o que dê melhor possuir. Reconhecer o valor humano alheio pode fazer toda a diferença. E dá próxima vez que tiver que decidir o que fazer, qual caminho escolher, lembre-se: esse mundo não é seu, não é de niguém, é NOSSO! E eu PREFIRO viver num mundo melhor.... você, não????
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