Outro dia vi a seguinte frase: “Existem pessoas
que tem medo das mudanças, eu tenho medo das pessoas que não mudam”.
Fiquei pensando no assunto e percebi que existe outra possibilidade que me
assusta de fato; são pessoas que mudam apenas o suficiente para ficarem
exatamente no mesmo lugar.
Quando era adolescente, li o Leopardo de Giuseppe
di Lampadusa. Um clássico que resume o que estou dizendo na frase: "se quisermos que tudo continue
como está, é preciso que tudo mude".
E
assim fazemos com frequência. Buscamos maneiras de remendar para manter. E não
posso dizer que não seja criativo e até saudável buscar formas de preservar
pessoas ou eventos.
Vale
lembrar, no entanto, que remendos sugerem desgaste e declínio. Algo foi rompido,
quebrado. E como tudo na vida tem limite e prazo de validade.
Deixar
ir é uma das mais dolorosas expressões de respeito.
E
aceitar isso certamente eleva o ser humano, já que significa compreender a vida
como um processo de nascimento e morte.
O
que fica fora desse processo de constante transformação certamente vai se mostrar
pouco saudável no final.
Por
isso, pessoas que não mudam... passam ignoradas na falta de força ou consistência.
Mas,
as que parecem mudar... Essas são perigosas. Criam a ilusão do movimento e
sabotam o mundo num ciclo que não se renova.
Essas
sim... Me assustam.