quarta-feira, 6 de junho de 2012

Intoxicação emocional



Pensar que o ser humano pode ser saudável sem lidar constantemente com suas emoções é um erro que tem trazido conseqüências desastrosas em todos as áreas da vida. Assim como acontece com qualquer outra função natural de nosso corpo, se o desequilíbrio acontece, todo o sistema passa a funcionar precariamente. E isso se faz sentir em qualquer atitude que tomemos já que nos colocamos em tudo que fazemos. Seria  como beber uma garrafa de vinho e agir imaginando que estamos em estado normal. Dependendo da situação, certamente estamos conspirando para um grande arrependimento ou pelo menos para uma boa ressaca. Sentimentos podem causar estragos ainda maiores quando ignorados, pois instintivamente buscamos situações que dêem vazão ao que nos está fazendo mal. O perigo acontece na tentativa cega de resgatar o equilíbrio , porque em regra geral, culpamos o cozinheiro pela indigestão causada por nossa gastrite. Não estou minimizando o efeito da qualidade do que ingerimos, apenas destacando o resultado inócuo de imaginar que o externo causa o que nos debilita. Tudo acontece internamente e individualmente. Mantendo a nutrição como meio de exemplificação, digo que cada um necessita saber exatamente o que está acontecendo dentro de si, para ser eficiente na escolha da alimentação que lhe manterá saudável. Caso contrário, a cada dia se sentirá menos eficiente, mais desmotivado, até alcançar um estado crônico anestesiado e infeliz ou um estado agudo doente e solitário. Em qualquer relação afetiva, esse grau de  consciência emocional é o que determina se o amor sobreviverá ou não. Amar demanda ser capaz de estar total no momento presente e enxergar o outro sem o peso do que foi ou que pode ser. Para isso, temos que nos manter livre de restos emocionais e conscientes de nossas próprias mazelas. Só assim teremos força para nos colocarmos como parceiros que incentivam e partilham. No momento em que nos permitimos adormecer e não valorizar nossa verdade interior, transformamos o outro em uma imensa tela onde projetaremos nosso lixo e apenas isso. Assim subimos do coração para a cabeça e entramos num circulo vicioso de barganha e negociação que se manterá ativo e crescendo, enquanto a mente se delicia com o duelo de egos em busca da sensação de vitoria e controle sobre o outro. Quando isso acontece ninguém ganha. No máximo teremos momentos de alivio acompanhados por uma sensação de não sei bem o que. Vazios ficaremos até a próxima batalha. Para sair disso ou escolhemos por conta própria  um caminho de auto conhecimento ou deixamos que a vida nos lance impiedosamente de volta ao coração  num evento normalmente bastante doloroso. De uma forma ou outra, o aprendizado é saber que não existe fuga ou atalho. Nossa realidade interna se materializa em tudo que fazemos e na maneira em que nos relacionamos. Somos responsáveis únicos pelo que sentimos e vivemos. E o externo, seja qual for, não passa de reflexo de nosso momento atual. Entender esse conceito encoraja porque nos lembra que estamos em evolução constante e temos poder de opção. Voltando para o início; lembre-se que sua alimentação, seja ela fast food, vegetariana, jejum, hiper calórica  ou qualquer outra, mostra quem você é, como se trata e a vida que cria. E como criador pode mudar e evoluir.... O que lhe fale mais a alma.

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