Com tanta opinião apaixonada sobre esse final de
ano, fica complicado não ser seduzida a olhar mais detalhadamente para a
própria vida. Se o mundo explodir, tudo
fica fácil... rsrs. Mas, e se não?
Tenho percebido uma imensa dificuldade em
escrever. O que antes servia para focalizar, hoje se apresenta como um árduo
processo de questionamento. Minha visão está mudando, meus filtros estão se
mostrando ineficientes. Não importando o assunto, descubro que sei muito pouco.
E como posso me sentir apta para escrever, se ao invés dos costumeiros pontos
de exclamação, sou desafiada por não tão carinhosos pontos de interrogação?
Parece que estou superando meu emocional
obsessivo e descobrindo uma consciência espiritual emergente. Não mais tantas
verdades absolutas. Mais um estado de
deslumbramento ansioso procurando relaxar nos mistérios da vida.
O que antes parecia óbvio, hoje se mostra
surpreendente. E ainda assim, mais leve, mais compassivo, mais interessante.
É como se tivesse desligado o modo
racionalização dissecadora, para a inspiração encantada.
Muito bom abrir mão da tentativa de entender
para controlar e descansar na intenção de aceitar o que simplesmente é. Sem
tentar alterar, sobra energia para abraçar, receber e responder com menos
tensão.
A vida sempre sabe melhor. Confiar expande o
coração. E nesse processo de entrega, a visão ampliada revela tons
desconhecidos. Como criança pintando os
mesmos pontilhados com novas cores, novos traços... Encantamento!
Liberdade de não saber tudo, e ainda assim
entender o sentido muito mais profundo!
Bom sorrir afetuosamente na ignorância de ser
apenas humana. Humildade que derruba muros para que a vida chegue em grande
estilo. Gostosa aventura de estar absorvida na brincadeira e me deixar levar.
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