Pode ser que esteja errada, mas estou decididamente convencida que a vida segue um ritmo absolutamente perfeito. Nada acontece por acaso ou na hora errada. Creio que de fato existe uma sabedoria divina que gerencia cada segundo.
Infelizmente, aprendemos a caminhar prestando mais atenção ao que pode ser, do que o que é em realidade. Perdemos grandes oportunidades e aprendizados, apenas por estarmos em descompasso com o fluxo natural. Esquecemos que atraímos o que vibra em harmonia com nosso estado atual e nos perdemos no medo de cometer erros.
Parece que a fórmula mágica nos foi roubada e que o esquecimento nubla nossa vontade de fazer uma coisa de cada vez. Somos incapazes de receber com totalidade o que está aqui e agora. E usamos desculpas que apenas nos privam do sabor de dançar livremente a batida sempre selvagem e original do milagre da vida.
O conceito de não estar pronto para uma situação, de ter que se preparar para algo, abre portas estranhas. Se tudo muda sem cessar, como podemos esperar que se mantenha da mesma forma? E por que esperamos, sabendo que passará? E ainda pior, porque sofremos tanto quando somos confrontados com o fato de ser tarde demais?
Nenhum fruto pode se manter eternamente preso numa árvore. Ou se colhe a tempo ou se deixa apodrecer. Em tempo, somos agraciados com o sabor perfeito. Atrasados, temos que lidar com o que poderia ter sido.
Ou dançamos conforme a música, ou paralisamos infelizes assistindo os que assim o fazem. Desconfortáveis e ansiosos somos incapazes de calar aquela voz interna que sabe que deixamos passar.
Lambemos nossas feridas com conceitos de bem maior, mas pequenos permanecemos, sabendo que a covardia por mais que justificada nos mantém imaturos e encolhidos.
O conhecido pode oferecer certo conforto, mas o preço é caro. Quem consegue permanecer acordado vendo o mesmo filme incessantemente?
A variedade, o inusitado, o original, desperta a possibilidade do crescimento e florescimento interior. A aventura de se transformar em alguém melhor só nasce através do compromisso com a exploração, com o questionamento de quem se mantém aberto e disponível para o que não conhece. Fórmulas prontas podem explicar o passado e apenas isso. Se nos agarramos a elas, matamos nossa capacidade de nos maravilharmos com as novas descobertas.
É complicado entender a mente científica contemporânea que tanto entende e incentiva essa abordagem em diferentes áreas, como a despreza e impossibilita a nível pessoal. Somos ensinados e estimulados a questionar tudo desde que não seja em relação a nós mesmos.
Quando se trata de emoção e sentimentos, o alarme dispara e as portas e janelas se fecham.
Nossa vida é toda vivida com olhares para fora. Prever e controlar para evitar machucados. Mas, se desconhecemos o que ocorre internamente, como evitar o que pode nos atingir?
Não importa quanto tentemos acreditar que tudo acontece fora. De fato, cada faísca de verdade, acontece internamente. E para terminar de derreter nosso cérebro pouco desenvolvido, essa verdade “individual” afeta cada pessoa no planeta. Interligados como somos deveríamos ter um sentido de responsabilidade de ação mais desenvolvido. É como se estivéssemos dançando uma quadrilha e tivéssemos que lidar com pessoas escolhendo tipos de movimentos variados ou simplesmente optando pela imobilidade. Ou acolhemos o ritmo que harmoniza a variedade ou continuaremos nos chocando e despencando no chão.
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