quinta-feira, 14 de maio de 2009

Viver... dá trabalho!!



Viver dá trabalho! Muito trabalho! Ainda mais para quem se dá algum valor. Sobreviver, embora bem mais em moda, meio que independe da participação consciente de cada um. Apenas reações adormecidas perdidas numa rotina aceita como normal.
Felizmente, muitas são as pessoas que se arriscam na busca de qualidade de vida. Agentes dispersos no globo terrestre, que vão se alastrando vagarosamente e com sorte ainda trarão a salvação do planeta.
O que é qualidade de vida? O que faz diferença? O que nos eleva e traz crescimento individual?
Em minha opinião, a primeira etapa é se manter desperto! Rotina só existe para quem deixa. Não importa quantas vezes tenha que fazer a mesma coisa, o que importa é como faz. E se puder encontrar novas formas, perceberá que qualquer situação é fonte inesgotável de surpresas.
Não porque o externo realmente importe, o que precisa ser entendido é que internamente somos diferentes a cada momento. Mudamos constantemente. Ainda que não prestemos atenção, estamos sempre no meio de um longo processo de amadurecimento. E esse crescimento precisa ser a prioridade na vida de qualquer pessoa que deseja mais do que meramente sobreviver.
Estar acordado significa assumir a responsabilidade de se tratar com respeito, carinho e verdade. Precisamos ter para dar. E mais uma vez, refiro-me ao espaço interno de cada um. De nada adianta possuir coisas quando não se pode partilhar, interagir, compartilhar.
A riqueza está em lidar com a multiplicidade de eventos, sentimentos, pensamentos que acontecem dentro da gente. Assim como as crianças se permitem hipnotizar pela beleza da vida, precisamos entender que dentro de nós, a cada segundo, um novo milagre acontece. Somos exemplos vivos do que chamamos mistério divino. E precisamos olhar para dentro com a mesma curiosidade e sede de conhecimento que olhamos para qualquer coisa.
Muito se ganhou com os avanços tecnológicos. Muito mais será possível quando gastarmos a mesma energia pesquisando o pesquisador. Quem é esse ser estranho que sonha as maiores bênçãos e é capaz de criar tantos horríveis pesadelos? O que faz esse ser se perder? O que eleva seu espírito? Qual será sua profundidade, sua sensibilidade, seu motivo para viver? Como explicar que apesar de tamanha capacidade de investigar, passe grande parte da vida alienado de si próprio?
Se despertar é o primeiro passo, questionar pode ser considerado o segundo. E então, deve-se mergulhar no mais complicado: a experimentação prática! Tentativa e erro! Cair e levantar! Machucar e curar! Amar e deixar ir! Conquistar e se despedir! Enfim, se relacionar com totalidade!
Dá trabalho! Sim, dá muito trabalho! Mas, sobreviver é tão pouco! E viver... bem viver... Será que precisa explicar?
Viver é dissolver as barreiras do medo e se tornar capaz de saborear os diários acontecimentos mágicos. Desde a gratidão pela vida pulsando em nosso corpo, até a dor de se despedir de algo ou alguém que nos é importante. Viver é perceber o externo com olhos que vêem conectados ao sentimento do momento, mantendo sempre o frescor da primeira vez. Viver é abrir o peito, mostrar o que se sente e ter a coragem de aceitar o afago, o cuidado e a proteção. Viver é entender que fé não existe por causa da religião e sim que é reflexo da sabedoria inata que se deslumbra com a complexidade e perfeição de cada evento. Viver é encontrar a raridade de cada ser vivente e respeitar a todos pautado na consciência de que são imprescindíveis. Viver é perceber que cada um tem um único e intransferível motivo para aqui estar e que somos todos parceiros de jornada.
Viver é.... tanta coisa!!! Tudo isso e tanto mais.

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