
“Basta um pouco de atenção... para nos dedicarmos à criatividade, ao amor, a sensitividade, e para fazer desta pequena vida apenas uma série de canções - que você dance em sua vida e que sua morte seja seu crescendo da dança; que você viva totalmente e que você morra totalmente, sem nenhuma queixa... com gratidão, com agradecimento a existência.” Osho
Por diversas razões diferentes passei os últimos anos numa espécie de estado entorpecido. Vivi a vida como pude, meio dormindo e meio acordada. Digo meio porque não me sinto confiante em dizer que estava realmente comprometida ou sendo mais compassiva, apenas respondi aos acontecimentos com o restinho de energia que consegui manter depois de uma série de grandes e dolorosas mudanças.
Passada a turbulência, sinto que estou voltando ao estado saudável daqueles que pulsam paixão e fé. Falo em paixão e fé porque racionalmente é como defino a vida. Uma energia borbulhante e intensa que está acima e além das limitadas definições que minha mente foi ensinada a respeitar.
Parece que humanamente enfrentei os dias como a criança que olha para uma única peça de um quebra cabeça sem conseguir visualizar a figura inteira. Aliás, acho que esse é um dos grandes desafios da humanidade. Vemos apenas um pedaço, um fragmento de cada situação e afoitos que somos, reagimos a isso com uma série de comportamentos pautados em informações parciais. Abrimos espaço para resultados errôneos e ainda culpamos a vida pela nossa infelicidade.
Muitos são os textos que circulam na internet falando sobre alegria, fé, Deus, etc. Lindos sem dúvida, mas desprovidos da capacidade de realmente nos fazer acordar. Caso o fosse, certamente estaríamos vivendo num mundo mais fácil, alegre e amoroso.
Creio que o livre arbítrio realmente existe. Afinal, embora a vida se mantenha expansiva, criativa e surpreendente, escolhemos com facilidade assustadora, olhar sempre na outra direção. Reclamamos que a vida é difícil, dolorosa, solitária e sem sentido. Mas, nos comprometemos com o feio, o triste, o árido sem pestanejar, achando que enfrentando o sacrifício chegaremos a algum lugar. Somos capazes de assumir responsabilidades muito maiores do que deveríamos, sem dizer completamente desnecessárias. Esperamos resolver os problemas dos outros e deixamos os nossos crescerem debaixo de desculpas esfarrapadas como a falta de tempo. Abrimos mão de possíveis prazeres pelos motivos mais questionáveis. E culpamos o que estiver perto para justificar nossa falta de alegria e ânimo.
Hoje, olho para trás e faço um balanço de minha vida até aqui. É emocionante perceber quão protegida e afortunada tenho sido. Digo isso porque agora sou capaz de entender que mesmo nos momentos de mais profunda escuridão, de alguma forma fui amparada e nutrida para passar pela dor sem me perder. Sofri, dói, caí e me refiz. Sem jamais perder a perspectiva de que mereço ser feliz. Me esqueci muitas vezes da fé e da esperança. Mas, foi como adormecer e acordar. Esqueci sem desaprender. E de algum modo mágico me mantive sempre aberta ao bom, ao belo, ao harmonioso e criativo.
E a vida que é afirmativa em todos os sentidos, nunca deixou de fluir em mim.
Durante muito tempo, pretensiosamente, acreditei ser responsável pelas feridas alheias, sempre me colocando em segundo plano. Nada pode ser mais frustrante do que querer que os outros façam o que acha ser melhor para eles. Sem contar a cobrança e exaustão geradas por essa intromissão “bem intencionada”. Além de pouco produtivo, faz com que as pessoas se sintam inferiores, o que gera um afastamento natural.
Custou muito para entender que da mesma maneira que intuitivamente procuramos colo para curar as dores do coração, ajudar alguém significa apenas estar REALMENTE presente, disponível e aberto. Ou seja, preciso estar plena para poder dar e só posso fazer isso sendo minha melhor amiga. Para compartilhar amor, alegria e prazer, preciso estar vibrando nessa freqüência. Exausta, melancólica e doente, não posso ser de grande ajuda.
Por esta razão e compreensão, hoje tomo muito cuidado nas minhas escolhas. Escolho o que me nutre, me eleva e me faz crescer. E posso garantir que é trabalhoso, desafiador e muitas vezes gera reações assustadoras.
Ser feliz dá muito mais trabalho que ser aceitavelmente infeliz. A infelicidade, a doença, gera simpatia. A felicidade.... Nem tanto.
Por isso entendo quando encontro pessoas que escolhem apenas reclamar e nada fazer para mudar. É mais fácil dizer que não tem jeito, que sempre foi assim, que Deus sabe o que faz e tantas outras conhecidas frases, não muito inteligentes, para justificar segurarmos o que nos incomoda e nos mantermos imóveis. Como nas vezes que aceitamos permanecer numa relação desagradável apenas pela desculpa desgastada de que tememos a solidão. Evitamos encarar a verdade que é estar sozinho dentro da relação. Se ousássemos, abriríamos mão da solidão de prisioneiros, para a solidão cheia de possibilidades e novos caminhos. O mesmo se aplica a todos os momentos que nos comprometemos com empregos que odiamos, visitas que preferíamos não fazer ou qualquer outra escolha que não nos acrescentem.
O problema é que para ser feliz temos que nos afastar da sociedade, família, instituição, etc. Aprendemos que fazer parte do todo, seja ele qual for, é o único caminho correto. Barganhamos aceitação e amor sendo cordeiros cegos. Obviamente nada por ser menos verdadeiro.
Não pertenço a ninguém enquanto não sou. E só posso ser quando assumo a responsabilidade pela minha própria vida. A partir da concretização do que verdadeiramente sou, e apenas a partir daí, posso fazer parte do que quer que escolha. De outra forma, somos apenas companheiros perdidos andando em círculos.
Para terminar penso em amor. Por que passamos a vida buscando a sensação de sermos amados? Porque existe uma sede dentro de cada ser que berra para ser saciada no reconhecimento e aceitação irrestrita. Sentimos esse anseio em cada célula. Resta achar coragem para ser capaz de mostrar com totalidade o que somos em verdade. E essa própria verdade nos liberta, afinal quando nos damos permissão para ser, abrimos portas e janelas, a felicidade nasce, a paz desabrocha e o amor vira a fragrância que eternamente nos circunda.
Por diversas razões diferentes passei os últimos anos numa espécie de estado entorpecido. Vivi a vida como pude, meio dormindo e meio acordada. Digo meio porque não me sinto confiante em dizer que estava realmente comprometida ou sendo mais compassiva, apenas respondi aos acontecimentos com o restinho de energia que consegui manter depois de uma série de grandes e dolorosas mudanças.
Passada a turbulência, sinto que estou voltando ao estado saudável daqueles que pulsam paixão e fé. Falo em paixão e fé porque racionalmente é como defino a vida. Uma energia borbulhante e intensa que está acima e além das limitadas definições que minha mente foi ensinada a respeitar.
Parece que humanamente enfrentei os dias como a criança que olha para uma única peça de um quebra cabeça sem conseguir visualizar a figura inteira. Aliás, acho que esse é um dos grandes desafios da humanidade. Vemos apenas um pedaço, um fragmento de cada situação e afoitos que somos, reagimos a isso com uma série de comportamentos pautados em informações parciais. Abrimos espaço para resultados errôneos e ainda culpamos a vida pela nossa infelicidade.
Muitos são os textos que circulam na internet falando sobre alegria, fé, Deus, etc. Lindos sem dúvida, mas desprovidos da capacidade de realmente nos fazer acordar. Caso o fosse, certamente estaríamos vivendo num mundo mais fácil, alegre e amoroso.
Creio que o livre arbítrio realmente existe. Afinal, embora a vida se mantenha expansiva, criativa e surpreendente, escolhemos com facilidade assustadora, olhar sempre na outra direção. Reclamamos que a vida é difícil, dolorosa, solitária e sem sentido. Mas, nos comprometemos com o feio, o triste, o árido sem pestanejar, achando que enfrentando o sacrifício chegaremos a algum lugar. Somos capazes de assumir responsabilidades muito maiores do que deveríamos, sem dizer completamente desnecessárias. Esperamos resolver os problemas dos outros e deixamos os nossos crescerem debaixo de desculpas esfarrapadas como a falta de tempo. Abrimos mão de possíveis prazeres pelos motivos mais questionáveis. E culpamos o que estiver perto para justificar nossa falta de alegria e ânimo.
Hoje, olho para trás e faço um balanço de minha vida até aqui. É emocionante perceber quão protegida e afortunada tenho sido. Digo isso porque agora sou capaz de entender que mesmo nos momentos de mais profunda escuridão, de alguma forma fui amparada e nutrida para passar pela dor sem me perder. Sofri, dói, caí e me refiz. Sem jamais perder a perspectiva de que mereço ser feliz. Me esqueci muitas vezes da fé e da esperança. Mas, foi como adormecer e acordar. Esqueci sem desaprender. E de algum modo mágico me mantive sempre aberta ao bom, ao belo, ao harmonioso e criativo.
E a vida que é afirmativa em todos os sentidos, nunca deixou de fluir em mim.
Durante muito tempo, pretensiosamente, acreditei ser responsável pelas feridas alheias, sempre me colocando em segundo plano. Nada pode ser mais frustrante do que querer que os outros façam o que acha ser melhor para eles. Sem contar a cobrança e exaustão geradas por essa intromissão “bem intencionada”. Além de pouco produtivo, faz com que as pessoas se sintam inferiores, o que gera um afastamento natural.
Custou muito para entender que da mesma maneira que intuitivamente procuramos colo para curar as dores do coração, ajudar alguém significa apenas estar REALMENTE presente, disponível e aberto. Ou seja, preciso estar plena para poder dar e só posso fazer isso sendo minha melhor amiga. Para compartilhar amor, alegria e prazer, preciso estar vibrando nessa freqüência. Exausta, melancólica e doente, não posso ser de grande ajuda.
Por esta razão e compreensão, hoje tomo muito cuidado nas minhas escolhas. Escolho o que me nutre, me eleva e me faz crescer. E posso garantir que é trabalhoso, desafiador e muitas vezes gera reações assustadoras.
Ser feliz dá muito mais trabalho que ser aceitavelmente infeliz. A infelicidade, a doença, gera simpatia. A felicidade.... Nem tanto.
Por isso entendo quando encontro pessoas que escolhem apenas reclamar e nada fazer para mudar. É mais fácil dizer que não tem jeito, que sempre foi assim, que Deus sabe o que faz e tantas outras conhecidas frases, não muito inteligentes, para justificar segurarmos o que nos incomoda e nos mantermos imóveis. Como nas vezes que aceitamos permanecer numa relação desagradável apenas pela desculpa desgastada de que tememos a solidão. Evitamos encarar a verdade que é estar sozinho dentro da relação. Se ousássemos, abriríamos mão da solidão de prisioneiros, para a solidão cheia de possibilidades e novos caminhos. O mesmo se aplica a todos os momentos que nos comprometemos com empregos que odiamos, visitas que preferíamos não fazer ou qualquer outra escolha que não nos acrescentem.
O problema é que para ser feliz temos que nos afastar da sociedade, família, instituição, etc. Aprendemos que fazer parte do todo, seja ele qual for, é o único caminho correto. Barganhamos aceitação e amor sendo cordeiros cegos. Obviamente nada por ser menos verdadeiro.
Não pertenço a ninguém enquanto não sou. E só posso ser quando assumo a responsabilidade pela minha própria vida. A partir da concretização do que verdadeiramente sou, e apenas a partir daí, posso fazer parte do que quer que escolha. De outra forma, somos apenas companheiros perdidos andando em círculos.
Para terminar penso em amor. Por que passamos a vida buscando a sensação de sermos amados? Porque existe uma sede dentro de cada ser que berra para ser saciada no reconhecimento e aceitação irrestrita. Sentimos esse anseio em cada célula. Resta achar coragem para ser capaz de mostrar com totalidade o que somos em verdade. E essa própria verdade nos liberta, afinal quando nos damos permissão para ser, abrimos portas e janelas, a felicidade nasce, a paz desabrocha e o amor vira a fragrância que eternamente nos circunda.
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