
Hoje acordei feliz, como não o faço há muito tempo. Sinto um ciclo se fechando e que retorno ao centro do meu ser. Uma gratidão enorme explode no meio do meu peito pela vida que tenho conseguido viver. Olho para trás e sorrio orgulhosa pelas sementes que deixe no caminho.
Sou fruto do amor de duas pessoas. Caçula que se fez irmã mais velha muito cedo. Não por fato, mas por temperamento. Assumi uma postura terapêutica muito jovem, inicialmente por sobrevivência e depois por reconhecer um dom.
Minha mãe não poderia ser descrita como uma pessoa comum. Vinda de infância nada invejável cresceu bela por fora e insegura, assustada e brutalmente machucada por dentro.
Mas, incansável, buscou sempre encontrar seu caminho. E foram incontáveis tentativas, erros, acertos, quedas e Deus sabe lá mais o que. Convivemos intensamente. Navegamos por mares nada tranqüilos. Foram muitos os sustos. E por muito tempo fui mais mãe que filha. Carrego essa marca em meu ser, mas não mais como seqüela.
O tempo passou e nossa relação foi se transformando. As amarras foram se afrouxando e começamos a aprender como respirar na ausência uma da outra. Não era independente, no entanto, quando vi minha mãe encontrar suas tão procuradas respostas, florescer e partir.
Perdê-la foi absurdamente difícil. Não só pela dor da amizade interrompida, mas também pelo alívio que me percebi sentindo. Vivemos numa constante montanha russa e estava exausta com tantos momentos de picos e abismos. Lembro de me perceber furiosa, porque sabia que ela havia finalmente encontrado o centro, o caminho do meio, a sua realização pessoal e eu senti minhas mãos vazias, meu coração despedaçado e minha cabeça olhando a frente um caminho por demais solitário.
Só sobrevivi, porque consegui entender o que recebi de herança. Com todos os acidentes de percurso houve algo que nunca deixou de estar presente nessa jornada entre mãe e filha. A cada movimento de minha mãe, vinha a mensagem preciosa de que não se deve abrir mão jamais de sua busca pela felicidade. Nada deve ser justificativa para se permanecer infeliz, partido, não realizado. Cada um é responsável por sua própria vida. E por mais egoísta que isso possa parecer, garanto que se associado a amor verdadeiro gera frutos indispensáveis ao florescer do indivíduo.
Não há como descrever a qualidade ou intensidade de minha gratidão. Todas as minhas escolhas e decisões são baseadas nesse conceito. Precisar encontrar meu preenchimento, minha realização, minha capacidade em ser feliz aqui e agora, sem ter nenhum outro motivo além de ser o que sou e estar viva. O que mais poderia esperar de uma mãe, senão a base sólida para me manter apaixonada por tudo ao meu redor, sendo sempre forte o suficiente para ver na crise o crescimento, na dor a oportunidade da cura e na alegria o momento de compartilhar?
Sinto-me afortunada, grata e incomensuravelmente orgulhosa. Fui presenteada com uma verdade que fez toda a diferença na construção da minha vida. Ainda me desvio, tropeço e caio, mas jamais esqueço que onde existe amor, existe também a semente para a felicidade e que se respiro fundo, descanso um pouco, me dou tempo para curar, logo estou de volta para seguir em frente confiante.
E me surpreendo sempre... Absorvendo essa qualidade maternal, sinto-me cada vez mais preenchida como filha. Além de perceber que de alguma forma, inexplicável e misteriosa, minha mãe ainda prossegue me dando à luz.
Que muitos outros venham a ter a mesma sorte!
Sou fruto do amor de duas pessoas. Caçula que se fez irmã mais velha muito cedo. Não por fato, mas por temperamento. Assumi uma postura terapêutica muito jovem, inicialmente por sobrevivência e depois por reconhecer um dom.
Minha mãe não poderia ser descrita como uma pessoa comum. Vinda de infância nada invejável cresceu bela por fora e insegura, assustada e brutalmente machucada por dentro.
Mas, incansável, buscou sempre encontrar seu caminho. E foram incontáveis tentativas, erros, acertos, quedas e Deus sabe lá mais o que. Convivemos intensamente. Navegamos por mares nada tranqüilos. Foram muitos os sustos. E por muito tempo fui mais mãe que filha. Carrego essa marca em meu ser, mas não mais como seqüela.
O tempo passou e nossa relação foi se transformando. As amarras foram se afrouxando e começamos a aprender como respirar na ausência uma da outra. Não era independente, no entanto, quando vi minha mãe encontrar suas tão procuradas respostas, florescer e partir.
Perdê-la foi absurdamente difícil. Não só pela dor da amizade interrompida, mas também pelo alívio que me percebi sentindo. Vivemos numa constante montanha russa e estava exausta com tantos momentos de picos e abismos. Lembro de me perceber furiosa, porque sabia que ela havia finalmente encontrado o centro, o caminho do meio, a sua realização pessoal e eu senti minhas mãos vazias, meu coração despedaçado e minha cabeça olhando a frente um caminho por demais solitário.
Só sobrevivi, porque consegui entender o que recebi de herança. Com todos os acidentes de percurso houve algo que nunca deixou de estar presente nessa jornada entre mãe e filha. A cada movimento de minha mãe, vinha a mensagem preciosa de que não se deve abrir mão jamais de sua busca pela felicidade. Nada deve ser justificativa para se permanecer infeliz, partido, não realizado. Cada um é responsável por sua própria vida. E por mais egoísta que isso possa parecer, garanto que se associado a amor verdadeiro gera frutos indispensáveis ao florescer do indivíduo.
Não há como descrever a qualidade ou intensidade de minha gratidão. Todas as minhas escolhas e decisões são baseadas nesse conceito. Precisar encontrar meu preenchimento, minha realização, minha capacidade em ser feliz aqui e agora, sem ter nenhum outro motivo além de ser o que sou e estar viva. O que mais poderia esperar de uma mãe, senão a base sólida para me manter apaixonada por tudo ao meu redor, sendo sempre forte o suficiente para ver na crise o crescimento, na dor a oportunidade da cura e na alegria o momento de compartilhar?
Sinto-me afortunada, grata e incomensuravelmente orgulhosa. Fui presenteada com uma verdade que fez toda a diferença na construção da minha vida. Ainda me desvio, tropeço e caio, mas jamais esqueço que onde existe amor, existe também a semente para a felicidade e que se respiro fundo, descanso um pouco, me dou tempo para curar, logo estou de volta para seguir em frente confiante.
E me surpreendo sempre... Absorvendo essa qualidade maternal, sinto-me cada vez mais preenchida como filha. Além de perceber que de alguma forma, inexplicável e misteriosa, minha mãe ainda prossegue me dando à luz.
Que muitos outros venham a ter a mesma sorte!
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