quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Sociedade / Indivíduo



Um dos conceitos mais irritantes que conheço é o que sugere que o indivíduo deve se submeter às regras da sociedade. Fala-se em pensar no bem maior, fala-se em senso comum, fala-se em direitos e deveres. E quem fala de você ou eu? Quando muito se fala, pouco se ouve e sem que se perceba algo que nasceu como boa idéia, torna-se um aprisionamento ou assassinato.
É claro que viver cercado de outras pessoas não é algo fácil de administrar. Muito menos se você começar a pensar em termos de globalização, e-mails e aviões a jato. Quem não se sente tocado pelos famintos e Aidéticos na África? Quem não simpatiza com a luta das mulheres do Oriente? Quem não se incomoda com a arrogância Norte Americana? Mas, enquanto gastamos tempo e saliva com isso, nos acostumamos a olhar para o lugar errado.
É muito sedutor ficar falando como deveriam resolver esse ou aquele problema lá do outro lado do mundo. Ou até mesmo ficar ruminando nossas dificuldades dizendo que tudo é culpa desse ou daquele governo. Nos sentimos grandes, sábios e importantes fazendo isso. Mas, sinto lhe informar que você e eu só temos o tamanho correspondente ao comprimento do nosso braço.
Não entendeu? Ok! Exemplo: Crianças são exploradas na absurdolândia, pequeno país perdido no mapa. Trabalho escravo infantil! Um Horror! Gastam seus pequenos dedinhos fazendo o Tênis 5 estrelas. O melhor e mais caro do mundo.
Você não vai poder fazer algo por elas. Você nem tem dinheiro para ir tão longe. E ainda que pudesse pagar o custo da viagem, não sabe nem dizer oi em absurdolês. O que fazer? Um e-mail! Grande idéia.... Tipo abaixo assinado. É fácil, rápido, e até dá uma sensação de paz no seu coração. Se liga, cabeção!
Quer fazer diferença? Não compra o Tênis 5 estrelas! Mesmo que todos os seus amigos e conhecidos digam que é o máximo. Explique o porquê! Acorde-os! Vá aonde seu braço alcança.
E assim com tudo mais.
A vida está cara. Seu salário não está dando conta. Você tem mais contas à pagar, do que dinheiro à receber. Olha para dentro. Busca aquilo que realmente vai te fazer feliz. Resgata o que é grátis e o que te faz crescer.
Não entendeu? Ok! Exemplo: O notebook 40006857 modelo trilhão de velocidade. Somente 700 prestações de um quinqualhão por mês. E está na promoção. Imperdível! Se liga, cabeção! Quer intensidade, velocidade e imagens de alta definição? Vá com seus filhos ao Jardim Zoológico. Curta-os! Dê a eles uma memória digna de fazer back up! Vá até onde seu braço alcança... e ainda dá para arriscar uns abraços.
E assim com tudo mais.
Quando nos mantemos onde realmente estamos, resgatamos nossa capacidade de criar nossas próprias vidas e aí sim acrescentar algo de belo e valioso no mundo. Se ensinamos as nossas crianças que a guerra é uma droga, mas vivemos constantemente em pé de guerra com nossos vizinhos, na verdade estamos perpetuando esse mundo louco em que vivemos. Se esperamos dar alguma contribuição positiva para esse planeta, precisamos parar de falar sobre o que não nos diz respeito diretamente, e assim liberarmos nossa energia para concretizar o que efetivamente podemos fazer.
Você é responsável pelo seu mundo. Você é responsável pelas suas escolhas! Você é responsável pela maneira que decide viver seu dia a dia.
Toda árvore nasce da semente. Cada semente é responsável por uma única árvore. Seja uma esplendida semente e se transforme numa grandiosa árvore. Não gaste sua vida tentando ser floresta. Porque enquanto tenta, apenas consegue deixar o planeta com menos uma árvore.
Crie raízes profundas. Finque-as no chão. Faça com totalidade o que pode fazer e deixe que os outros façam o mesmo. Um pouco multiplicado por muitos é suficiente. Mas muito multiplicado por nada, é o mundo que estamos vivendo. E eu não acho que seja um bom mundo. Você acha?

Um comentário:

Regina disse...

uauuauau!!!
Pergunta(rs): tipo natarach?? (kkkk) tá certíssima mas esqueceu da vaidade consumista q milhões de pessoas teimam em não largar.. eu aki me nego comprar qq coisa q não tenha uma procedência correta.. mas.. vamos continuar tentando.
Adorei seu texto.
Re